Desempenho que faz a diferença

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Indústrias de portas de madeira aperfeiçoam processo produtivo para atender normas técnicas e garantir ao mercado a performance adequada para cada especificação de uso dos produtos

Com mais de 7 milhões de unidades produzidas anualmente, o segmento de portas de madeira no Brasil vem mostrando seu potencial em entregar produtos com qualidade técnica ao mercado da construção civil. A nova postura com foco na qualidade adotada pelos fabricantes de portas que participam do Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME) resultou, nos últimos anos, em avanços técnicos significativos no processo produtivo.

O trabalho ganhou ainda mais relevância a partir da publicação da NBR 15575 – Desempenho de Edificações, em 2013, que tem como objetivo melhorar a qualidade das habitações no país. Antes disso, o setor de portas de madeira já vinha discutindo a padronização do produto e, em 2011, publicou a NBR 15930 – Portas de Madeira para Edificações, estratégia que envolveu estudos acerca de normas técnicas nacionais e internacionais, do produto e a realização de ensaios. O fato de já existir o Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME) permitiu que os fabricantes rapidamente atendessem à exigência do mercado e entregassem portas com desempenho comprovado por meio da certificação dos produtos.

Na visão dos fabricantes, a maior evolução trazida pela norma de portas é a padronização dos produtos, que passam a ter isonomia técnica. “O princípio do desempenho os tornam iguais tecnicamente”, destaca o gerente Industrial e Comercial da Vert, Daniel Pscheidt.

De acordo com a ABNT, a certificação atesta ao mercado que a empresa monitora todo o processo produtivo, o que garante ao mercado produtos com qualidade e dentro dos requisitos técnicos das normas vigentes. A norma protege a indústria, mas principalmente o usuário, porque através dela é possível cercar e controlar todos os riscos possíveis inerentes ao processo. Para o diretor Comercial da Pormade, Daniel Zini, fica claro que o consumidor terá a certeza de receber as portas instaladas no imóvel com as condições adequadas de qualidade.

Assim, desde 2014, é possível encontrar no Brasil portas com a certificação da ABNT, por meio do PSQ-PME. As portas certificadas passam por um rigoroso controle de qualidade de produção na fábrica, avaliado por meio de auditorias no sistema de gestão. Somam-se a isso, os ensaios físicos e mecânicos de avaliação de desempenho realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo. Os elementos que compõem a porta são avaliados em laboratório de acordo com os critérios estabelecidos pela norma. As amostras são escolhidas aleatoriamente, ou seja, o fabricante não sabe de qual lote serão retiradas as portas a serem testadas, garantindo que toda a produção obedeça ao mesmo padrão de qualidade. “Isso nos trouxe reconhecimento dentro do mercado da construção e melhoria contínua dos produtos engenheirados”, avalia Fábio Ayres Marchetti, vice-presidente do Grupo Manoel Marchetti.

As mudanças de processo com foco no desenvolvimento dos produtos mostram que os fabricantes estão no caminho certo. Segundo o diretor Executivo da Famossul, Robson Luiz Marcon, muitas construtoras estão buscando produtos certificados. “As que não fazem isso devem colocar na balança os problemas que evitarão no futuro e também a qualidade que irão proporcionar a seus clientes”, argumenta.

Outra empresa que percebe a mudança no momento da compra por parte das construtoras é a STM Portas. “O fato de não participar do Programa poderia impedir a empresa de fornecer para importantes obras. Alguns clientes já exigem a certificação como fator decisivo na compra”, afirma Juliana Frasson, coordenadora de compras da STM.

Entre as construtoras que buscam fornecedores que estão conforme a norma está a Cury, presente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa desenvolveu um caminho padrão para a seleção dos produtos. O departamento de Suprimentos seleciona as empresas de acordo com o PSQ-PME, solicita os certificados para as portas PIM (Porta Interna de Madeira), PIM RU (Porta Interna de Madeira Resistente à Umidade) que são validados pelo departamento de Qualidade. Depois dessa etapa a compra é realizada. Os engenheiros do departamento de qualidade acompanham as características pós-entrega na obra e o desempenho pós-obra.

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A coordenadora de Qualidade e Desenvolvimento da Cury, Adelaide da Silva, ressalta que a obediência à norma é exigência para que a empresa seja considerada como fornecedora. “O requisito utilizado para a escolha de fornecedores de portas de madeira é o atendimento aos requisitos da NBR 15930, além dos requisitos de acústica conforme a NBR 15575”, destaca Adelaide. Assim a construtora consegue assegurar que cada porta estará sendo utilizada conforme a finalidade definida, com as características previstas na NBR 15930 procedimento que assegura o desempenho do produto em uso. “Acredito que as portas, assim como outros insumos da cadeia construtiva tiveram sua qualidade melhorada com o apoio dos Programas Setoriais de Qualidade”, afirma.

Para o gerente de Vendas da Compensados Pinhal, Marcel Werlang Santin, a construtora que opta por produtos certificados está garantindo aos seus clientes requisitos mínimos exigidos por uma norma que está em constante atualização e melhoria. “Tem ainda a segurança de oferecer para o consumidor final produtos de um conjunto de empresas responsáveis e preocupadas com a qualidade de seus produtos e serviços”, completa Marcel.

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Uma empresa que trabalha dentro dos padrões exigidos leva uma vantagem competitiva em relação às empresas que não atendem os requisitos mínimos. Cada vez mais, os processos de concorrências/licitatórios estão exigindo a certificação de processo de produtos. É a garantia do cliente que o produto está em conformidade. “A credibilidade dada à marca aumenta quando a empresa possui produtos certificados, isso mostra a preocupação com o usuário final no uso de seus produtos”, afirma Caetano Balvedi, diretor da Sincol.

Além disso, uma empresa certificada consegue reduzir perdas de processo, evitar os retrabalhos na fabricação, as devoluções de produto por falta do atendimento aos requisitos, aumentando, consequentemente, sua produtividade. E assim, garante um produto final com desempenho esperado e com menos custos e desperdícios.

De acordo com o diretor executivo da Famossul Madeira S/A, Robson Luiz Marcon, a certificação gerou um impacto positivo aos produtores. “Houve uma evolução no processo produtivo dos fabricantes que estão no PSQ-PME. Eles puderam rever suas fábricas, adotando critérios de qualidade para que as portas sejam produzidas com uniformidade”.

Na opinião do diretor de Operações da Reflorestadores Unidos, Cassiano de Zorzi, a implantação de um sistema de gestão na indústria provocou mudanças significativas. “Foi um trabalho muito bom, porque ajudou o processo como um todo, a trabalhar a qualidade com as pessoas”, avalia.

Para Solange Gonçalves, do departamento de comunicação da Eucatex, quando se tem a classificação por desempenho, o consumidor tem parâmetros qualitativos para comparação de produtos, além do aspecto visual, preço e material empregado. “Pode-se aliar ainda a facilidade de se escolher produtos mais adequados a um tipo de uso e de ocupação específica”, avalia.

As empresas participantes do PSQ-PME contabilizam avanços em relação às adequações necessárias para atender a norma. “Foram aplicadas inúmeras melhorias no processo produtivo e de treinamento de pessoas. Isso consequentemente elevou muito o nível de qualidade de nossos produtos e o comprometimento de todos os envolvidos no processo”, completa o gerente de Vendas da Compensados Pinhal, Marcel Werlang Santin.

Publicado originalmente na Revista Portas de Madeira nº3, publicação do PSQ-PME.

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