Saiba como especificar portas de madeira por desempenho

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Além de fatores estéticos, portas devem ser escolhidas em função do local de instalação e de requisitos de conforto e durabilidade.
Texto: Juliana Nakamura – Portal AeCWeb

Desde que entrou em vigor há pouco mais de cinco anos, a ABNT NBR 15.575 – Edificações Habitacionais – Desempenho vem gerando transformações na forma de se projetar e construir. Isso fica evidente, por exemplo, no momento de se especificar portas. Se antes elas eram escolhidas apenas por aspectos estéticos e por preço, agora são levados em conta também requisitos como durabilidade, segurança e conforto.

 

Esse é um movimento que começou a ser impulsionado ainda em 2011, quando foi publicada a ABNT NBR 15.930 – Portas de madeira para edificações. Essa norma classifica as portas de acordo com o tipo de ocupação, localização e uso, deixando para trás um conceito muito difundido no Brasil, o de porta única utilizada em diversos ambientes.

O QUE CONSIDERAR?
As portas têm aplicações que vão muito além de simplesmente fechar cômodos. Elas têm impacto na vedação do ambiente, no controle de luminosidade, no isolamento acústico e térmico e na segurança.

Por isso, no caso das portas de madeira, o projeto deve considerar, em primeiro lugar, qual será a ocupação do empreendimento: privada, coletiva ou pública. E ainda, o uso: residencial, corporativo, hoteleiro ou, institucional. “A partir dessas informações será possível definir o nível de desempenho necessário para uma porta de madeira: mínimo intermediário ou superior”, explica a engenheira Dayane Potulski, gestora técnica do Programa Setorial de Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME) e membro da equipe técnica da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).

A etapa seguinte é determinar o local de instalação. Vale lembrar que, no interior das ocupações, as portas estão protegidas da ação do tempo e podem ser instaladas em locais secos, molhados ou molháveis. Já a porta de uso exterior está sujeita às intempéries.

Segundo Potulski, para auxiliar na escolha correta da porta de madeira é preciso estar atento, ainda, aos cinco perfis de desempenho, definidos pela norma técnica, que levam em conta o esforço e as situações às quais a porta será submetida (ver quadro).

PADRÃO DIMENSIONAL
A especificação de portas de madeira deve considerar, também, a frequência de uso da porta em função da ocupação e do perfil de desempenho. As normas classificam as portas em cinco classes de resistência ao tráfego de uso: moderado, regular, intenso, severo e extremo.

Outro aspecto a se levar em conta é o padrão dimensional da porta, que deverá ser adequado ao uso e nível de desempenho esperado. “O padrão dimensional considera medidas padronizadas da folha da porta segundo sua massa e é definido como leve, médio, pesado ou superpesado”, explica Potulski.

Nos casos em que o projeto exige portas com desempenho adicional, como isolação acústica e resistência ao fogo, o especificador pode selecionar o produto mais adequado a essas necessidades. O mercado disponibiliza, por exemplo, portas com seis classes diferentes de isolação sonora. Já as portas resistentes ao fogo, seja para entrada de unidades autônomas, seja para compartimentos específicos de edificações, podem ser classificadas como PRF 30, PRF 60 ou PRF 90, que correspondem ao tempo de resistência ao fogo.
COMO SELECIONAR UM FORNECEDOR DE PORTAS?
Uma vez definidos os critérios técnicos, é hora de escolher o padrão estético adequado ao projeto arquitetônico e um fornecedor qualificado para esse produto.

Nesse momento, “é essencial optar por fornecedores que tenham como atestar a qualidade dos produtos. A forma mais segura para isso é exigir dos fabricantes de portas de madeira a certificação, um respaldo de que toda a produção deste determinado tipo de produto é controlada e avaliada periodicamente, comprovando o atendimento às normas técnicas de forma contínua”, diz Dayane Potulski, lembrando que os fabricantes certificados estão listados no site do PSQ Portas.

Cinco tipologias de portas de madeira

• Porta interna de madeira (PIM): são portas para uso em áreas secas, internas à edificação. São indicadas para passagens, closets, dormitórios e salas internas.
• Porta interna de madeira resistente à umidade (PIM RU): têm perfil de desempenho para uso em ambientes internos à edificação com ao menos um dos ambientes molháveis ou molhados. São indicadas para banheiros, cozinhas e lavanderias.
• Porta de entrada de madeira (PEM): para uso entre a área privada e a área comum de circulação de uma edificação, como entrada de unidades autônomas (entrada de apartamentos) e de compartimentos específicos de edifícios (entrada de quartos de hotéis), abrigadas da radiação solar direta e da chuva.
• Porta de entrada de madeira resistente à umidade (PEM RU): são portas com desempenho semelhante ao de uma PEM, mas com especificações de resistência à umidade. São adequadas para entradas de serviço, desde que protegidas da radiação solar direta e da chuva.
• Porta externa de madeira (PXM): para uso em entradas de unidades/edificações expostas à radiação solar direta, às chuvas e ao vento. São utilizadas como porta principal da unidade voltada para o exterior, porta de garagem, de varanda e áreas de serviço desprotegidas.

(foto: Dmitrii Iarusov / shutterstock)

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